Sobre os papéis que exercemos
Na vida, somos todos personagens de uma grande história escrita pelas mãos divina.
Quando nascemos e depois, em nossa adolescência, não nós damos conta desse fato. No entanto, com o passar do tempo, vamos enxergando melhor as coisas e a nós mesmos. Apesar de algumas pessoas passarem suas vidas sem saberem que fazem parte desse enredo, são personagens tão ficcionados ao papel que interpretam, que tão somente assumem e atuam dentro do roteiro, sem se darem o luxo de olharem as coisas como que da platéia, mesmo que isso só seja possível por alguns momentos.
Bem... eu mesmo, não sou um bom personagem, ao menos do ponto de vista da maioria. Sou um homem mau, frio de várias maneiras, egoísta, egocêntrico, narcisista, sem empatia, seletivo, entre outras coisas. E o fato é que, possuo muitas qualidades também, isso ajuda na hora de camuflar algumas das más coisas que fazem parte de mim. Bom, eu faço jus ao meu papel e para ser bem sincero, sou um excelente ator.
Contudo, tenho forte apreço por aqueles personagens que fazem o contrário de mim. Os chamados mocinhos, ou, as mocinhas. Gosto dessa gente. Pois, apesar de ser mau, eu não gosto nem um pouco de homens que roubam ou aqueles drogados que nunca sabem a hora de parar. Tenho nojo de gente que não sabe se comportar ou que exagera em suas imundícias. Gosto de gente ponderada, seja má ou boa, uma pessoa ponderada sabe se comportar nos ambientes e sabe quando deve ou não se calar. Em outras palavras, ser ponderado é conhecer os seus limites. Pois, como eu já havia dito em meus outros textos: Não conhecer os seus limites é dar lugar a maldade. Afinal, até para ser mal, é necessário saber ser. Tem gente que não serve nem para ser mal, nem para ser bom. Esses indivíduos não lêem o roteiro, apenas entram em cena, sem saber o que fazer ou dizer. Isso torna toda a cena um caos! E é por isso que eu odeio gente assim.
De todo modo, não podemos impedir esses personagens de entrarem em cena, senão, de nós mesmos nos previnirmos de atuarmos juntamente com eles.
Outra coisa que percebi, é que, em geral todo mundo quer um papel de protagonista. Todos querem ser aquele cujo os holofotes estão focados. Porém, não se dão conta de que a história não é sobre os homens, mas sobre Deus, que a criou, assim como criou os seres humanos. E é hilário quando nos pegamos querendo brilhar, sendo nós tão medíocres.
Eu realmente sei que se existe um personagem bom, o protagonista, esse foi Cristo. Todos os outros homens são maus. O que nos diferem uns dos outros é que, uns são maus tentando fazer o bem, enquanto que outros, são maus fazendo o mal. A questão é que, existem benefícios que somente homens que fazem papel de bons, usufruem. Enquanto que os maus, também desfrutam de muitos, os quais em maioria é para sua própria desgraça. Visto que sendo maus, tornam todo o bem em males, ainda que se deleitem por um tempo. Falo isso por experiência própria, como homem mau.
Em suma, os personagens não escolhem quem vão interpretar. Porque a maioria nem ao menos se dá conta de que é um ser atuante em uma história maior. Todavia, existe uma brecha, como aquelas em que o diretor corrige alguma cena. Nesse momento, qualquer ator pode pedir ao diretor uma mudança no enredo. Como naqueles filmes em que o homem mau, no fim muda, se tornando um homem de bom caráter. Isso obviamente não apaga seu passado, mas lhe dá novos horizontes. Embora também exista filmes em que homens de bom caráter, tornam-se homens maus. Tudo vai depender da parada de cena, o momento em que falamos com o diretor e a disposição dele, em mudar ou não o seu papel.
Contudo, eu... gostaria de mudar, até mesmo já falei com o diretor da vida sobre isso. Mesmo que no fundo, eu goste demasiadamente de ser um homem mau. Porquanto, apesar do que muita gente pensa, existem muito prazer nisso.
Por fim, sempre nos é dado a oportunidade de fazer alguns testes interpretando outros papéis, e é isso que quero fazer.
Quero ver se consigo me adaptar a um homem mais amoroso, compassivo, gentil, empático, etc. Quero ser demostrar que sou um excelente personagem e que posso ser tanto um, como outro. Mesmo que eu desconheça o significado dessas coisas que, para mim, são totalmente estranhas. A umas semanas atrás, um amigo tentou me explicar como exercer empatia, mas isso é extremamente difícil. Se colocar no lugar do outro, aos meus olhos, não tem muito atrativo. Ainda mais quando posso ser eu mesmo, sem levar em conta outros. "Zombei" um pouco do sentimento, porque não entendo muito bem. No entanto, não vou desistir de tentar. Muito embora eu não sinta certas coisas, posso ser ético o bastante para fazer o que se deve. Por isso, o que não sinto, encaro de forma moral, visto que sendo moral posso, então, exercer essa empatia. Assim pretendo fazer em relação aos sentimentos.
O tempo dirá se vou conseguir ou não. Até lá, continuarei atuando. No futuro trarei mais um escrito sobre esse assunto tão divertido e intrigante.
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