Diário de lisemiep

Querida Lise

Domingo, 02 de Novembro de 2025.

Querida Lise Público
Querida Lise,

eu gostaria, mais do que deveria, de estar longe de qualquer pessoa. Longe da cidade, do barulho, das multidões, da arrogância... Tudo me deixa estressada e profundamente triste. Algo como um sítio, uma fazenda, animais, sabe? Silêncio, paz, calmaria, ar puro.

Sinto-me diferente! Parece que toda a contaminação - o mal de todo o mundo - está se fixando aos meus ossos, assim como acontece aos outros. Mas eu não quero, Lise! Eu não posso ser como eles!

Estou desesperada! Sinto que preciso descansar a alma e o corpo. Tudo dentro de mim falha, como a bateria de um dispositivo qualquer. Terei de ser renovada...
Só que, Lise, eu não posso perder quem fui e quem sou, como se tivesse prazo de validade!
Eu quero apenas não ter de me modificar para poder viver.
Não quero usar máscaras, nem me familiarizar com elas.
Eu não quero apenas a teoria de que "todos merecem uma vida digna" - eu quero vivê-la!

Ah, Lise... Quanta tristeza há em meu coração! Tenho tentado suportar, mas eu só quero me permitir desabar um pouco, poder sentir tudo o que está a enfraquecer a minha angustiada alma.
Hoje, afirmei para Deus: não vivo, sobrevivo.
A sobrevivência? Ele tem me ajudado, me pedido para suportar um pouco mais.
Talvez Ele esteja tão triste quanto eu :(

Tenho medo de que Ele desista de mim, de me aproximar do meu próprio coração.
Pois, se Ele não o fizer, se não me cuidar, se não me segurar, eu cairei.
E temo não mais levantar...

Sei que tenho de tentar por mim, mas me sinto quase sem vida e, infelizmente, quase sem coração.
O que dá para fazer com o que sobra?

Viver é um teste.
Uma prova.

Você pode passar...
ou não.

A pergunta é: você está disposto a pagar o preço por sua vida?
Está disposto a pagar o preço para se viver?


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