Sem título

Não sei bem por onde começar e não sou muito familiarizada com a escrita. Lembro que gostava de escrever na escola, quando éramos forçados a produzir redações naquele formato padrão de vestibular. Aos poucos, isso foi se perdendo, e fui gostando cada vez menos de expor meus pensamentos e construir frases que saíam, de certo modo, da minha própria cabeça, para que o resto do mundo olhasse e emitisse alguma opinião, ou, no caso da escola, uma nota. Apavorada pela ideia de ser lida, julgada e observada, me tranquei na minha própria mente e, de lá, acho que nunca mais saí. A tendência de achar ruim tudo o que faço me paralisa, e não consigo mais iniciar atividades sem me deparar com meu próprio julgamento, de que aquilo não está, e nunca estará, bom o suficiente. O que não faz o menor sentido se eu parar para pensar que estou me propondo a fazer todas essas coisas por diversão, sem nenhuma finalidade concreta. Dito isso, ainda não sei o que estou fazendo aqui ou qual é a minha intenção com tudo isso; só sei que quero ter um espaço onde eu possa revisitar e me recordar de momentos do meu eu do passado, que por vezes se esquece de tudo aquilo que já viveu e do que ainda pode viver.

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