Diário de euranni

"Eu sei o que você fez no verão passado"

Segunda-feira, 17 de Fevereiro de 2025.
medo     

"Eu sei o que você fez no verão passado" Público
O que eu mais temia aconteceu: virei aquela pessoa. Aquela que fala sobre privacidade digital em jantares, que bloqueia trackers antes de abrir um site, que lê os termos de uso (sim, todos) antes de clicar em "aceitar". E sabe o que me levou a isso? Um vídeo que mudou tudo.

Há alguns meses, meu Android começou a dar sinais de cansaço: notificações atrasadas, apps travando, aquele clássico "preciso formatar isso". Foi quando, no meio da pesquisa, esbarrei em um vídeo que falava sobre como as BigTechs - Google, Microsoft, Meta e outras - coletam nossos dados. E não é só o básico, como seu e-mail ou senha. É tudo: onde você esteve, quantos passos deu, o que pesquisou, o que comprou, até o que pensou em comprar e desistiu. Esses dados são vendidos por milhões, e nós, os produtores involuntários, não vemos um centavo.

Já sabia disso há tempos, claro. Mas sempre preferi ficar na zona de conforto. Afinal, escolher privacidade e segurança na internet significa abrir mão de muita conveniência. E, para mim, isso era assustador. Trabalho com design, então teria que dizer adeus aos programas da Adobe. Nada de pacote Office para documentos, planilhas ou apresentações. E-mail, armazenamento em nuvem, reuniões online e agenda? Tudo teria que sair do ecossistema Google. Ou seja: toda a praticidade que as BigTechs oferecem, em troca da sua vida - online e offline.

Mas chegou um ponto em que não deu mais para ignorar. Decidi migrar para um sistema operacional mais seguro e privado. Meu Android já está configurado com todas as proteções possíveis contra rastreamento, mas a Google é persistente - especialmente quando o assunto é localização. Consegui bloquear quase tudo, mas ainda assim, a sensação de estar sendo observada não some.

Agora, estou em fase de testes. Vou passar alguns dias me adaptando ao novo sistema, tentando vencer o medo de que algo não funcione como deveria. É um salto no escuro, mas acho que vale a pena.

Boa sorte para mim. E, se tudo der certo, talvez eu volte a dormir sem pensar que alguém está vigiando cada clique.


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