GESTO CONTAMINADOR

Não me arrependo. Nesse momento estou ocupada nas tarefas que o dia me exige, sem transtornos fora de hora. Vasculhando minha natureza de ser, não consigo me atribuir que devesse ter chamado às falas aquela mulher, embora que estivesse perto de fazê-lo. Considerei que o procedimento dela, por si só, informava que se fosse chamada atenção, responderia na altura do mal que fazia, detonando meu equilíbrio comportamental. Lembro que fôra ao mercado, comprar o que semanalmente compõe a alimentação de minha mãezinha. Ao me aproximar das abóboras, recuei sem acreditar, pois que, uma compradora desconhecida usava a ponta de sua chave para furar diversas abóboras com intuito de experimentar qual delas levaria. Tamanha insanidade lhe parecia um ato muito natural, sequer minha presença a intimidára. Só parou quando se definiu por determinada abóbora. Também comprei abóbora e me dirigi ao caixa pagador. À minha frente lá estava a tal mulher , que inacreditavelmente já não levava a mesma abóbora, mas uma metade dela.
As consequências de gestos como os daquela mulher? Ela deixou as abóboras furadas, expostas à bactérias alimentares. É provável que ore pela própria saúde, indiferente as doenças que cultiva para os outros. Se ainda merecermos, ela irá voltar.

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