Relato Eduardo - Tempos complexos
Acho que esses ultimos tempos estão sendo bem diferentes, não vou dizer ruim pois todos estamos bem e vivos, logo com a possibilidade de melhorar e resolver os problemas.
Luis, meu querido, chega a ser engraçado seus efeitos sobre mim. Qualquer vidração do meu celular já me apresso em ver o que é pois pode ser mensagem sua, porém geralmente não tem sido. Já lidei pior com isso, mas agora estou melhor e consigo seguir o dia relativamente normal, contudo, sendo bem sincero, tenho me sentido inseguro. Explicando melhor, em umas duas ou mais conversas que já tive com você e que envolvia o vicio você usa termos e frases muito autodepreciativas, se colocando pra baixo e dizendo o quanto não merece muitas coisas. Fico triste por não conseguir te ajudar e com medo de você me remover da sua vida sob a justificativa de não me fazer passar por algumas coisas, como esses periodos de ausencia. Seja como for, você pode passar 1 mês sem conversar comigo, e eu estarei aqui torcendo para você voltar e me contar como está seu dia.
Não é a primeira vez que falo isso, mas vou dizer novamente: Eu respeito suas decisões, se algum momento você ver que ficar comigo não é o que você quer para sua vida, eu tristemente aceito sua vontade, mas desejo que esse dia nunca chegue e que após essa fase de distancia física que estamos um do outro a gente possa enfrentar juntos os problemas, aí você não terá pra onde correr e seus problemas serão literalmente meus problemas, e vice versa.
Sendo bem transparente, suas mensagens diárias me fazem muita falta, não estou te culpando nem nada do tipo, mas eu ainda não tenho equilibrio emocional pra lidar com algumas coisas e acabo fincando um pouco instável. Ontem eu queria xingar uma professora porque ela me mandou refazer os resumos de monitoria, sendo que meus resumos estavam lindos, contudo tava abordando mais do que ela queria e ela queria um livro especificamente. Enfim, não acho que fiz errado e acabei afrontando um pouco ela. Hoje nos poucos minutos que conversei com minha mãe por ligação discuti com ela porque não estou com paciencia para ouvir a monotomia de problemas que envolvem o Gustavo. Fui pro laboratório agora pela noite e trabalhei mais do que devia (fiz coisas que não fazem parte da minha obrigação) e agora parando para pensar me questiono se isso seria o inicio de querer "se afundar no trabalho" para não pensar muito em outras coisas. Socialmente quero distancia das pessoas, quero concentrar em mim, ouvir músicas com ritmo melancolico da Lanna Del Rey e outras, pois me fazem ficar no limite de querer chorar, me deixa estranhamente triste mas me faz ser mais ativo. Fico triste com o fato de, por estar me tornando um médico, consigo identificar que isso é um passo em rumo a uma depressão, mas é estranho como estar triste e provocar a tristeza me faz sentir bem. Pelo que entendo os dois cenários são possíveis, ou a depressão te derruba e você não consegue fazer nada, ou ela pode também te despertar uma compulsão como por trabalho, limpeza e outras coisas. Não sei qual é pior, mas sei há 4 dias estou lavando roupas, ontem lavei todos os meus calçados, lavei fogão, geladeira, e isso não faz parte da minha rotina usual.
Enfim, ainda tenho muito a aprender e amadurecer. Fique bem Luis pois preciso de você. E me desculpe mãe por estar sendo tão impaciente e frio com muitas coisas, fico triste em decepcionar a senhora mas tentarei melhorar. A senhora é meu primeiro amor, minha inspiração e minha força em muitos momentos, e eu gostaria muito que o filho que terei um dia me amasse na intensidade que eu amo a senhora. E não fique com ciumes pai, eu também te amo muito.
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