Humano demasiado humano

"Certa vez humano demasiado humano foi picado por uma serpente. Cujo veneno o mataria em questão de minutos. O humano ao agonizar e imaginar seus últimos momentos avistou um ser desconhecido em meio a sua visão já embaçada, e então disse-lhe:
- Quem é que vê minha desgraça e não me oferecer ao menos uma tentativa de salvação ?
E a voz disse:
- Sou eu demasiado você! Sou teu corpo e tua razão. Só estas a me ver por vergonha de ti mesmo. Pensaste em todas as coisas que fizeste antes de morrer e se arrependeu de tê-las feito da forma que fez!
Neste momento pousara uma mosca em sua ferida e a razão disse:
- Estás a ver esta mosca? Veio lhe consumir a sua vergonha, mas ainda esta mosca também é você! E a vê pequena pois tu és pequeno! E seu intelecto é igual ao dessa mosca. Queres a cura, então seja a cura! Para isso é preciso morrer em si mesmo. É preciso curar-se e ver quem tu és.
- Naquele instante o humano demasiado humano viu uma luz, um clarão e sua vista já não estava embaçada e quando pode olhar a face daquele que o falava, viu a si próprio e se assustou. ( Mas meus irmãos! Quantas vezes olharam para si ao espelho e conseguiram ver sua verdadeira face ?! Deve-se tirar os olhos de si para ver muita coisa. Tua alma deve ser o espelho de ti mesmo, e seu maior pensamento deve ser: O homem deve ser superado! ).
Ao enxergar essa verdade, o humano demasiado humano colocou a mão sobre seu ferimento e disse:
- Deixo meus fantasmas e sofrimentos para trás! Eu me desculpo comigo mesmo e com meu corpo. E esse veneno chamado medo já não faz parte de mim. Curo-me agora, e deixo de ser mosca. Sou agora o ser demasiado paciente! "


- Assim fala a verdade.

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