Diário de lordsemideus

Desejo

Quinta-feira, 28 de Agosto de 2025.

Desejo Público
O fantasma do passado veio me assombrar, com lembranças, afim de despertar em mim a curiosidade do novamente e o tal do "e si".

Não quero retornar as mesmas coisas, me fazer de escravo aos desejos não saciados.

Vou olhar para o alto e para frente, de onde meu olhar nunca deveria ter saído.
O que queria eu visitando um lugar do qual só resta poeira por todos os lados, e onde somente eu estaria de pé em frente a cômodos tão vazios e solitários?

Não me deixarei levar, nem persuadir. Porquanto, eu mesmo, demasiadas vezes desejei não estar ali.

- Pois, já deixei aquela pedra no porão, de onde já não posso retirar. Afinal, por que eu iria me por em uma situação tão destrutiva novamente? Acaso a experiência não me bate a porta? E grita ela:

- Não! Um milhão de vezes!


O que foi, já foi! E sim, poderia ter sido melhor, mas dadas aquelas circunstâncias, talvez tenha acontecido justamente isto; o melhor que pôde ser.


Amanhã é sexta-feira, não sei se vou viajar com minha família. E na verdade, isso não faria tanta diferença, uma vez que eu sempre fui só, dentro da minha cabeça. E apesar de ser extrovertido com os outros, estes não sabem nada sobre mim, sobre o que sinto e penso. Acho até normal, visto que pelo meu modo de ver as pessoas, elas também estão sempre escondendo algo mesmo.

Eu gostaria de ir pela experiencia de um lugar não familiar, uma visão nova, novos ares para se respirar e me distanciar um pouco do trabalho, no qual ultimamente só tem me trazido infortúnios.

Queria uns dias somente para mim, sabe. Sem ter que me preocupar com as contas, trabalho e ossos do ofício. Pois ser homem, não é só fazer essas coisas.

Cadê o brilhantismo dos seres de nossa época? Estamos tão ocupados que mal temos tempo para nós mesmos. Eu fico tentando me organizar mentalmente e fisicamente para as atividades diárias e no fim, vira tudo um emaranhado de coisa inacabadas. Isso é uma merda, pois parece que não se vive direito.

Ora, é obvio que há de se pensar; é a vida. Porém, eu sempre combati isso e ainda não me dou por vencido.
Não pode ser somente isso!
Onde estão as paixões, as conversações ilarias, o riso sem controle e o alívio do não pensar mas tão comente sentir... O prazer!? Minha gente!


O que é que eu quero, senão uma conversa onde o assunto principal seja uma visão de mundo alheia a minha. Eu nem vou falar o quão difícil é conhecer gente hoje em dia. Parece que mais do que nunca, as pessoas estão vestidas não só das máscaras, como da fantasia inteira. E eu, embora diga isso, não queria me sentir assim em relação aos outros, mas tão somente que estes se achegassem e se abrissem com sinceridade.

Escrever sempre foi bom para mim. Poder dizer o que penso ainda que ninguém além de mim, veja.
Eu queria poder dizer mais sobre o que sinto, mas devido a uma limitação sobre a qual não compreendo, não consigo por em palavras o que há no fundo do peito.
O que posso dizer é que, como um barco chegando próximo a uma ilha no meio de uma névoa densa, sobre a qual não se vê o que há ali, senão uma coisa embaçada, onde somente remando mais e se aproximando devagar sobre o balançar das ondas, é que se vai tendo uma ideia do que se espera ver realmente. Assim tenho me sentido interiormente.

De modo que, continuo a remar todos os dias, afim de destrinchar os sentimentos e a razão que há em mim. E através disso, me dar um motivo claro do que fazer, depois de identificar o que vi quando enxerguei toda a ilha de perto.


Até hoje não sei ao certo o que espero e quero da vida. Pois acredito que é um pensamento um tanto prepotente de nossa parte, acharmos a certeza uma coisa tão nossa, como se nosso querer não mudasse tanto quanto nosso destino. Com efeito, não digo com isso que não devemos ter um objetivo. Do contrário, eu não estaria buscando saber o que há na ilha, que com efeito, nem mesmo a estaria procurando.
Somente que, não devemos cravar para nós mesmos o que é melhor para nós, visto que só quem sabe disso realmente é Deus. Dado que muitas coisas nas quais queremos e sonhamos, são para nossa própria desgraça, Ele o sabe.


Estou cumprindo meus objetivos, apesar de me sentir sobrecarregado dessa, por assim dizer, "longa viagem".

Sempre senti que não mereço qualquer bem que me aconteça, e quase sempre, nem mesmo me dou o privilégio de acreditar ser digno de viver certas situações.
Eu não sei de onde eu tirei isso exatamente, mas certamente veio de minha infância. Uma vez que esse sentimento já me persegue desde a juventude.


No entanto, sinto que isso já está quase que insuportável para mim. Não aguento mais tanta crítica, tanto rebaixamento do eu para comigo. E com isso, não quero dizer que não me tenho em alta estima. E sim, que minha própria estima é um fator de combate as coerções externas que as pessoas e situações impõem sobre mim. E a mim mesmo, que por muitas vezes, acabei acreditando nelas.

Eu somente, sei o quanto isso me afeta negativamente. Embora não permita que ninguém diga algo pesado, sem eu lhe dar em troca uma tonelada de sadismo.


E no fim, tenho que admitir, me sinto solitário em guardar tanta coisa que ao meu ver são de suma importância, enquanto que para as demais pessoas não passam de tolices.

Talvez eu tenha mesmo enlouquecido e passado tempo demais comigo mesmo. Todavia, como se ouve ou se fala a quem não tem ouvidos para escutar e nem boca para proferir palavras, me calo e falo apenas com minha única companhia, isto é, eu mesmo. Ademais, como poderia iria eu, exigir dos outros aquilo que eles não tem?!


E sim, talvez eu seja mesmo um imbecil por pensar essas coisas e querer vivenciá-las. Contudo, quem?! Absolutamente! Quem pode me dizer algo para saciar a minha cede do novo e desconhecido?! Quem vai me dizer o que é mais elevado e virtuoso para si mesmo?!

- Quem?!

Porquanto, não sou eu mesmo quem busca este ser desconhecido?

- Ah! Vida minha!!! Quem me dera pudesse eu, me fazer do outro, e me desgarrar...! E ser para mim, outro, que me diga o inevitável e me desconserte, completamente...

E digo que estas coisas são meros jogos de palavras, enquanto acredito firmemente no que estas me dizem a respeito do que sou e de meu estranho desejo.
Que loucura é essa que me meti. Onde todos os assuntos dão em si mesmos?
Onde o que está dentro, não se encontra do lado de fora?

Julguei-me em demasiado e coloquei-me entre a parede, dizendo: Louco, pares de sonhar!

Ficarei então com a loucura que me cabe e que desde sempre me faz companhia. Como aquele que, por não poder dizer ao mundo o que pensa, fala consigo, com o eu, comigo..

Sinto que no futuro irei rir disso. Mas que não me menospreze, por respeito a minha visão ainda encoberta na neblina presente. Estou chegando a meu destino, consigo sentir o cheio do novo.

(Quem sabe, ao chegar na ilha, encontre outros que já lá estão.. Quem sabe a minha espera, como eu da deles. E então, possamos nos assentar frente ao que quer que seja, enquanto falamos sobre a aventura que será estar ali e viver tudo aquilo depois de dito tudo isso)

Então, serão estas mesmas palavras parte de daquele ou mesmo esse, destino...



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Comentários

Comentários (7)




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Sexta-feira, 05 de Setembro de 2025 �s 00:51
Você é sempre muito gentil, acredito que isso é uma habilidade que adquiriu pela experiência. Obrigado por suas palavras. Quero que saiba que as recebi por completo. Conte também comigo como um amigo, apesar sermos estranhos, como você mesma disse. Bjos :D

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Terça-feira, 02 de Setembro de 2025 �s 08:23
Por fim so quero dizer que tem aqui uma amiga de verdade, que apesar de ser uma estranha, esta pronta para o ouvir e apoiar. Beijinhos

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Terça-feira, 02 de Setembro de 2025 �s 08:23
Aprenda acima de qualquer coisa a se amar, se é facil? não é... Eu pelo menos estou nesse caminho e sei como tem muitos desafios e por vezes me apetece desistir devido aos meus traumas, mas com fe e determinacao continuo a lutar pelo os meus sonhos e por aquilo que hoje sei que mereco.

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Terça-feira, 02 de Setembro de 2025 �s 08:21
No nosso passado, mas sim virar a pagina e começar a construir a nossa historia no presente, passado so serve de aprendizagem, nada mais, perdoe, se limpe e se cuide a si mesmo.

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Terça-feira, 02 de Setembro de 2025 �s 08:20
ola, li o seu texto ate ao fim e me sinto de verdade empatica contigo e quero muito deixar te umas palavras, pois ja me senti assim num momento ou outro e gostava tambem de sentir apoio em vez de criticas, entao o meu primeiro conselho é encontre se a si mesmo. Cuide do seu amor proprio, e priemeiro que tudo mesmo acredite em si mesmo e no seu valor, que merece mais. Não importa o que aconteceu

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Terça-feira, 02 de Setembro de 2025 �s 01:21
Obrigado, Sabrina. Se quiser conversar, conte comigo :D

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Segunda-feira, 01 de Setembro de 2025 �s 20:13
finalmente encontrei alguem que se sinta do mesmo jeito que eu amanha nao e sexta mas amei a escrita

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