A Traição: Parte II

Durante um ano e meio eu sentia dúvidas. Martirizei-me. Quando o olhava lembrava daquela noite. O que realmente aconteceu? Não, eu nunca vou saber. Mas como posso condená-lo por algo que não tenho certeza?

E então foi um dia propício. Naquele dia seria o dia da quase certeza. Joguei "uma verde". Ele caiu direitinho. Já tinha certeza. Sempre fui muito intuitiva. E a voz dentro de mim dizia que sim, algo aconteceu, mas tenho que descobrir o quê.

Por seis meses fiquei fria e distante. Para mim não era mais o meu amor. Não era a mesma coisa. E o que mais me adoecia era não ter certeza e não poder fazer nada por falta de provas. Então, decidi. Vou ter que mentir para descobrir a verdade. Fui à casa dela. Falei que tínhamos terminado. Será que eu realmente queria ter certeza disso? Sim, eu não aguentava mais aquela dúvida. Estava me matando lentamente, por dentro, estava virando uma pedra humana.

- Confessa. Pode falar. Ele já me disse o que aconteceu naquele dia. Só quero ouvir de sua boca.
- Eu sinto lhe dizer, mas naquele dia ele me chamou, você sabe para quê. Ele insistiu, mas não fizemos porque pensei em você.

Que dor! Fiquei dilacerada, arrasada. Como perdoar isso? Eu jamais teria coragem. Eu jamais faria. Doeu. Muito.
- Não aconteceu nada, mas mesmo que tivesse acontecido, eu não falaria.

(- What?) Eu pensei... E como sou idiota. Aqui morreu. Nunca mais irei confiar em ninguém, nunca mais.. homem nenhum me fará de idiota. Homem fiel existe? Talvez... 1% ou nos sonhos. Seria melhor não saber de nada? E agora? Terminar? Continuar? A base do relacionamento é a confiança, sem dúvida alguma, e quando esta se parte é difícil reconstruir. O que fazer com um coração partido?

  [Voltar]  

---

Para fazer comentários, realize o login.

---