Décima página!
Madrugada do dia 02/11/2021 - 01:32 pm.
Bom dia, Diário!
Já é reta final de 2021. Eu, sinceramente, tenho muito o que escrever sobre esses últimos tempos. Enxerguei nesse atual momento uma oportunidade para isso. Estou no quarto do meu irmão esperando um jogo do Flamengo que vai reprisar daqui a pouco. Bom, sem mais delongas. Vamos a reflexão!
Eu não sei nem por onde começar. Diário, estou tão confusa e angustiada. Sinto que não tenho controle sobre a minha vida, sinto ela se esvaindo pelas minhas mãos como areia, sabe? Sinto-me muuito insegura sobre o futuro. Essa sentimento faz minha ansiedade 1000x mais. A verdade é que estou parada ainda naquele março de 2020. Desde de lá minha vida desandou e eu nunca maia tive segurança em nada. O pior é que o tempo está passando TÃO rápido, que inferno, eu pisco e já se passaram 5, 7 meses. Daqui a dois meses completo 2 ANOS de vida adulta, não trabalhei e nem entrei para faculdade. Muito menos curti como se deve esses "dois últimos anos da adolescência". Pior que não fiquei à toa, fui atrás de estudo, de trabalho, porém NADA deu certo. Agora em setembro fiz uma prova para o concurso do Banco do Brasil, fui muito bem, mas por ter zerado uma prova (não por falta de estudo, e sim por conta da ansiedade) já estou fora. Dih, NADA dá certo. Estou muito preocupada, já vou fazer 20 anos. Tô cavalona. Acabou a infância, Dih. Acabou!!!Não posso mais me esconder no fato de "ser uma criança". Acabou. Antes eu era "estranha", "diferente", mas era criança, né? Então estava tudo certo
Mas e agora, Dih? Como vai ser conviver com a ansiedade na vida adulta? Antes ela me fazia passar somente uma vergonha na frente de colegas. Agora ela me faz perder Enem, prova de concurso. Entende a gravidade? Dih, eu sinto que minha vida foi roubada. Como eu não estaria hoje se eu não fosse ansiosa? Se eu não fosse tímida, "feia"? Eu sinto que eu teria uma vida perfeita, Di. Ou pelo menos quase isso. Olha, Diário, acho que eu preciso é aceitar minha realidade. Deixar de ser tão sonhadora, por os pés no chão. E entender que tudo na minha acontece por permissão de Deus. Mas tenho medo, Di, infelizmente tenho medo do futuro. Não vejo a hora de arrumar algo para me sentir segura, seja um emprego ou uma vaga na faculdade. Só assim terei paz.
Preocupa-me também o meio social. Como vou conviver com as pessoas daqui pra frente? Eu tenho me empoderado muito, buscado conhecimento, investido em amor próprio e autoconhecimento. Porém lá fora continuo sendo vista como uma "neguinha da favela". E aí? Será que conseguirei me defender, saber expor meus pontos de vista? Saber me colocar?
Enfim Dih, vou terminar a nota aqui pois estou cansada e passando um pouco mal por conta de uma alergia. Mais pra frente volto em outra para continuarmos essa conversa.
Saudações.
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