Primeira 'paranoia' documentada
Hoje acordei com ela ao meu lado, tão frágil e tão carregada... Busquei fornecer conforto com meus carinhos, cafunés e braços quentes, mas logo vi que nada daquilo estava sendo suficiente. Eu podia enxergar sua angustia, suas caras e bocas de dor, não dor física, mas uma dor mais profunda, qual hoje eu não pude ajudar.
Será que eu causei essa dor, ou eu quem sou o motivo dessa dor?
Porque hoje eu não pude enxergar?
Eu nunca me dediquei a algo ou alguém como estou me dedicando a ela, isso é gratificante demais para mim, é uma nova conquista a cada dia, um sucesso a cada manhã ao lado dela. Jamais passei por algo assim antes, também não tive antes essa incontrolável vontade de cativar, é algo novo.
Apesar de uma noite tranquila, sem problemas com ela, pela manhã eu me senti rejeitado. Depois de receber meus carinhos, tentou deitar-se ao meu peito, mas parece que a angustia aumentava ao encostar em mim. Assisti de lado o pedido de ajuda que ela fez ao seu amigo enviando uma mensagem o chamando para conversar, e também li uma mensagem dele dizendo que mais uma vez não poderia ir. Sem saber sobre o que conversavam, acompanhei ela perder suas esperanças naquele momento de amizade e se deitar para chorar.
Eu me vi em muitos momentos ali, momentos no quais conversávamos e ela me ignorava ou me dava um "gelo" e eu afundava minha cabeça no travesseiro angustiado sem saber o que fazer, apenas desabava em choro. Naquele momento eu quis chorar com ela, mas não quis oferecer um ombro fraco em que chorava por ela, enquanto enxugava suas lagrimas e assistia chorar, guardei minhas lagrimas e tentei conforta-la, com o que sempre me pede, carinho.
Ela levantou sem falar nada comigo, tomou seu banho sem qualquer ajuda minha e em seguida arrumou nossa cama, me dizendo que sairia com sua mãe. Depois de eu tomar aquele gole de angustia eu disse que iria embora, e quando estava pouco distante ela me chamou para me entregar algo e falar que hoje eu poderia dormir na casa da minha mãe.
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