É tanta coisa que não cabe em um título
Faz muito tempo desde que eu escrevi a última vez. Tanto tempo que eu nem lembro quando foi a última, e fiquei surpreso de o meu usuário e senha ainda estarem salvos no navegador. Deve ter mais de um ano que eu não uso aqui, não lembro se já escrevi durante 2019. Decidi ler as antigas só depois, para não fugir o pensamento.
Bom, em todo caso, vamos lá: esse ano foi muito doido. Já vinha sendo, na verdade, desde o final do ano passado, no aniversário da Glória, onde a mudança que eu tanto pedia na época aconteceu. Todo dia eu pedia por movimento e eu fui atendido. Não sei se por benção dos Orixás que eu comecei a efetivamente cultuar, por atração vibratória do meu pensamento, por fatalidade... Só sei que aconteceu.
Eu me aproximei do Vitinho e do Biel e foi uma das melhores coisas da minha vida. Eu realmente precisava de amizades enérgicas como a deles naquele período, depois de passar tanto tempo me sentindo um peso morto.
O Vitor me contava dos problemas dele com a Glória e eu dava conselhos, acabei criando afeto por ele. Já tinha dito isso antes, e pra algumas pessoas, mas eu gosto sempre de reforçar. Ele chegou a dizer que eu era a pessoa que mais entendia ele, que nunca na vida ele tinha encontrando alguém que soubesse sobre os sentimentos dele como eu sabia. É um semi-exagero quase absurdo, mas eu compreendo o que ele quis dizer. Eu fiquei muito feliz quando ele disse isso, mas é o tipo de coisa que a gente só sabe que não deve ficar comentando e guarda pra si. Ele tá na lista das pessoas que fizeram meu mundo melhor por um instante. "Aquele instante" que a gente vai lembrar pra sempre de tão grande e contente que a gente se sente. Mas, as coisas ficaram estranhas entre a gente depois do carnaval e as coisas foram esfriando. Hoje em dia a gente se fala de vez em quando, quase de vez em nunca. Ultimamente ele tem puxado assuntos que sabe que eu gosto e sido mais simpático, mas acho que isso é só medo de não ter ninguém ao lado dele ano que vem. E eu entendo. No fundo eu sei que todos nós estamos com esse sentimento guardado. Eu me sinto mal porque acho que eu não consegui em nenhum momento devolver a alegria que ele me causou quando me colocou num status tão importante na vida dele, por mais que pudesse parecer superficial. Mas no fim é sempre assim, diminui o diálogo e aumenta a distância, nada novo.
O Biel se tornou um dos caras que eu mais gosto de todo mundo que me cerca hoje. Ele me lembra o Cauã e eu sinto que eu posso ter aquela amizade fera 2000 quando eu tô com ele. Eu acho ele grande de muitas maneiras, acho que ele vai se tornar um adulto brilhante, com A maiúsculo. Daqueles que dão certo, sei lá.
Mas ele também tem se afastado um pouco. Em partes pela personalidade fechada, em partes pelo relacionamento recente e ultraduradouro dele com a Gabi. Apesar de estranho ver ele tão envolvido com alguém eu me sinto feliz por ele, A Gabi é uma pessoa boa e o que eles têm é a meta de todo mundo, aquele desejo mais clichê que a gente comprou das histórias de amor perfeito. Eu torço muito por eles.
Ele também é uma das pessoas que fez o meu mundo melhor por um instante, quando ele disse que eu ia ser padrinho de casamento dele. Eu e a Glória. Ele provavelmente já estava nessa lista mas esse foi um momento marcante o suficiente pra eu lembrar primeiro. Eu fiquei sem graça de perguntar porque é meio constrangedor cobrar lugar de destaque na vida dos outros, essas coisas têm que ser dadas a bom grado, mas eu perguntei em tom de brincadeira e ele respondeu sério que sim. Eu espero que seja verdade mesmo, vai ser demais estar presente nesse momento da vida dele. Se não for sério eu lido com isso depois.
A Emily tá se encaminhando por aí também, ela tem o Nathan agora. Eu fico feliz demais por ela, embora eu seja um pouco ciumento. Mas eu confio no Nathan, mesmo ele sendo mais novo. Tô procurando construir uma boa relação com ele também. Ele é simpático e tal, nenhum traço de personalidade rejeitável.
No fim, eu acredito que vá estar todo mundo meio que por perto porque os quatro são da mesma igreja e eu vou estar na sala do Gabriel na faculdade, ano que vem. Pelo menos por um tempo, hoje ele disse que tava querendo fazer História e que ia trancar o Direito se passasse no concurso. Foi um golpe profundão porque sei lá, mesmo que eu goste de ver os meus amigos seguindo o próprio caminho eu também queria eles por perto mais um tempinho.
João é outro que disse que vai trancar o Direito pra fazer Ciências Sociais, e isso que ele nem tava querendo fazer a matrícula, a mãe dele tava me pressionando toda vez que eu ia lá pra fazer a cabeça dele.
Mas ele já falava disso antes, então eu já esperava, o Biel que foi repentino.
Tudo certo, apoio eles em qualquer decisão que eles tomarem.
Nem eu sei se eu vou conseguir levar o Direito ao fim, aquele sentimento de euforia pós-vestibular já passou e eu tô tendo problemas pra fazer a matrícula, parece um sinal.
Mas seja o que Deus quiser porque eu tenho pretensões futuras e o curso vai me dar base pra colocar elas em prática.
Mas no momento mesmo o meu maior problema é emocional. Não quero meus amigos longe e tô triste com o fim do Ensino Médio. Hoje foi pedrada, por isso tô escrevendo.
O Felipinho já anda distante por causa do trabalho que obriga ele a colar menos nos roles e porque ele se sente excluído.
Não vou dizer que não entendo porque hoje ele tava comendo sozinho quando eu tava na fila com a Emily, enquanto o João e o Gabriel estavam na sala fazendo nada, só saíram porque eu chamei e o Biel só foi porque a gente não se via desde a palestra da cannabis quarta passada e ele não foi na palestra do Tadeu, de novo.
Aliás eu tava meio estranho e não abracei ele, acho que ele ficou sem graça de me abraçar do nada aí acabou ficando por isso mesmo.
Depois eu fiquei conversando com a Cris, a Emily e o Daniel, mas tava com vontade de colar no gupinho do Henry e do Vitinho, faz tempo que eu não falo com o Vitor. Depois eu fui lá mas zero assunto, ele tava de saída já. Tô guardando um livro pra dar de presente pra ele sobre o Friedenreich. Vou dar pra ele porque ele queria fazer jornalismo pra trabalhar como jornalista esportivo, vai que incentiva ele, acho que ele se daria bem na área.
Depois eu saí da escola e fui pro bosque ver se o Tavinho aparecia mas nem trombei. Vi a Flávia ficando com o William Walace e não sei se devia falar pro João.
Isso que fode. Tô atado demais a essas questões adolescentes pra me sentir pronto pra virar um calouro do Direito, com responsabilidades e tal. Tava na brisa de ir morar com o Henry, e eu penso nisso todo dia, mas acho que a gente não daria conta.
Sei lá, só queria botar pra fora, escrever me fez um puta bem.
Ultimamente eu tenho postado e "desabafado" bastante coisa no Twitter, mas é aquele negócio: eu só falo o que eu quero que saibam e não tenho coragem de falar.
Enfim, meus pensamentos estão desconexos demais, olha a bagunça desse texto kkkk
Só desejo que dê tudo certo daqui pra frente, que eu não perca meus amigos, que eu me encontre acadêmica e profissionalmente, que a gente seja feliz (todos nós) e que a minha conexão com o mundo e as coisas que realmente importam se intensifique.
Tenho que ler o livro de logosofia pra ver se me serve, mas acho que não é bem a escola que eu preciso. Preciso de algo que fale das relações humanas e da manutenção delas. Sobre sentimentos, sei lá. Vou tentar achar algo assim.
Espero ler isso aqui no futuro. Um futuro com todo mundo numa casa em algum lugar, alugada pra um fim de semana, quem sabe umas crianças correndo por lá. Meus sobrinhos não sanguíneos, meus afilhados, sei lá, os filhos dos meus amigos. Quem sabe meus, Deus me livre mas espero que sim kkkkkkk Todo mundo compartilhando, aquele sentimento d'O Resenha, que eu só tenho com eles. Vai ser foda a gente ser o grupo de pais amigos que se conhecem desde a escola. Cheios de memórias, histórias pra contar e o conforto que aquela galera me passa. Papo de paz mesmo.
Que a gente nunca pare de crescer e compartilhar as coisas um com o outro, amém.
E que esse dia que tentou me derrubar seja só um degrau.
Fé pra isso!
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